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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Biologia 03 - Origem da vida (biogênese e abiogênese)

1.0 Oparin

Bioquímico russo, Oparin, em 1920 pronunciou as seguintes condições que levariam à formação da primeira forma de vida na terra há aproximadamente 4,5 bilhões de anos.
  • alta temperatura da superfície terrestre;
  • descargas elétricas;
  • radiação ultravioleta;
  • presença de metano, amônia, hidrogênio e vapor d'água. 
Segundo ele, as ligações químicas das substâncias poderiam ter sido rompidas e religadas de formas diferentes, dando origem às primeiras substâncias orgânicas complexas, como aminoácidos e nucleotídeos. Os aminoácidos originariam as proteínas, que seriam "carregadas" para os mares formando a famosa sopa orgânica. Essas proteínas em meio líquido, formariam os coacervados - veja mais neste link. 

Possíveis associações de moléculas, misturando-se suas proteínas e ácidos nucleicos podem ter levado à formação seres vivos simples.

2.0 Miller

O primeiro experimento a cerca da hipótese de Oparin foi feito pelo químico Stanley Miller, onde ele tentou reproduzir as condições da atmosfera terrestre há 4,5 bilhões de anos aproximadamente.


Na experiência, Miller colocou a mistura de gases e vapor d'água, que segundo Oparin era o que predominava na atmosfera primitiva. Os gases estariam sendo mantidos em circulação por evaporação e condensação, além disso, sobre a mistura estaria havendo descargas elétricas. Uma semana depois foi possível ver aminoácidos acumulados no tubo com formato de U.

Foi possível concluir que, se eram verídicas as afirmações de Oparin, era provável que as primeiras moléculas orgânicas e consequentemente os seres vivos tivessem sido originados dessa forma.

3.0 Abiogênese ou geração espontânea

Segundo a abiogênese, a vida teria surgido a partir de matéria inorgânica. Essa ideia era sustentada com base no aparecimento de larvas de insetos sobre carne podre, surgimento de girinos em poças d'água da noite para o dia...

Acreditava-se que para o surgimento de vida a partir da matéria bruta, era necessário um princípio ativo, um princípio imaterial para que a vida surgisse.

4.0 Biogênese

Essa defende o surgimento da vida a partir de outro ser vivo, exclusivamente.

5.0 Abiogênese x Biogênese

Redi (Francesco Redi) era defensor da biogênese e para tanto resolveu fazer um experimento onde havia colocado pedaços de carne em frascos abertos e em outros tampados com gaze. Se a abiogênese estava "certa" então o princípio ativo deveria atuar em todos os frascos, não foi o que aconteceu, só apareceram larvas de insetos no frascos abertos. Ou seja, os insetos que tinham gerado a vida, não o princípio ativo.

A hipótese da geração espontânea não havia sido esquecida. Em 1754, John Needham organizou a fervura de caldo nutritivo em frascos diversos por 30 minutos. Logo em seguida fechou os frascos com rolhas e depois de alguns dias os frascos estava repletos de seres microscópicos. Needham considerava que a fervura foi suficiente para matar os possíveis seres já existentes no caldo e que a rolha vedava 100 % a entrada de microrganismos.

Spallanzani, padre italiano, extremo defensor da biogênese, refez a experiência de Needham. Desta vez preparou 8 frascos, 4 deles estavam vedados com rolhas e os outros 4 estavam vedados hermeticamente, ferveu todos eles por tempo prolongado. Depois de um tempo, apenas os frascos com rolhas continham microrganismos. Needham argumentou que a fervura prolongada havia destruído a força vital, um princípio imaterial que considerava indispensável à geração espontânea. Spallanzani contra argumentou quebrando a boca dos frascos vedados hermeticamente, em poucos minutos os frascos estavam repletos de microrganismos. Spallanzani se defendeu dizendo que a força vital teria sido recomposta quando o caldo entrou em contato com ar. Needham não conseguiu apresentar argumentos.

Em 1860, Louis Pasteur apresentaria uma experiência que acabaria de vez com a discussão. O experimento ficou conhecido como Pasteurização.


Pasteur preparou 4 frascos de vidro com caldo nutritivo e modificou os gargalos dos frascos com fogo, deixando-os com formato de pescoço de cisne. Ferveu todos os frascos e em nenhum deles apareceram microrganismos, apesar de todos estarem em contato com o ar.  Os microrganismos ficaram retidos na curva do gargalo e assim não conseguiram alcançar o caldo. Ainda assim, Pasteur quebrou o pescoço de algum frasco e em poucos dias o caldo estava repleto de microrganismos.



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